A poderosa minoria


Por Itana Lins



Criada em 1963 por Stan Lee e Jack Kirby e publicada até a atualidade pela Marvel Comics, a equipe de poderosos mutantes liderados por Charles Xavier e chamada de X-Men é famosa em todo o mundo e tema de uma saga de filmes que conta com famosos atores e atrizes como Hugh Jackman e Jennifer Lawrence e com grandes bilheterias. Inicialmente formada pelos mutantes: Ciclope, Jean Grey, Fera, Homem de Gelo e Anjo, o Instituto Xavier para Jovens Super Dotados é uma escola onde Charles Xavier ajuda jovens a lidarem com seus poderes e com o preconceito social que vem junto com as diferenças. Genialmente, os criadores fazem um contraponto com diversos adolescentes que sofrem bullying e sentem na pele as dores de não se encaixar aos padrões.

Por trás da história que cresceu ao longo de décadas ganhando novos personagens, cenários e enredos, existe uma realidade que merece destaque, o protagonismo das minorias. Do racismo à inclusão social, diversos preconceitos foram retratados, identificamos muitos deles em personagens como o próprio Professor Xavier, líder da equipe, uma das maiores mentes do planeta, tanto em inteligência, quanto em relação à telepatia, e cadeirante, o que lhe limitava fisicamente. Temos também as poderosas Tempestade e Jean Grey, a primeira controla a natureza e possui uma personalidade forte e um espirito de liderança, símbolo do feminismo e uma das primeiras heroínas negras dos quadrinhos, já a segunda é considerada uma das mais poderosas mutantes do universo e foi a primeira mulher a integrar a equipe, quebrando paradigmas em um ambiente até então estritamente masculino.



Outro grande preconceito presente em todas as sociedades, a homofobia também é retratada em X-Men através de alguns personagens como o Estrela Polar, o primeiro mutante assumidamente gay e protagonista do primeiro casal gay da Marvel, a vilã Mística que possui o poder de transmutação, o que a permite se transformar em qualquer pessoa, e uma sensualidade aflorada que a fez se relacionar com muitos outros personagens, independente de sua sexualidade, ou seja, esta é uma das representantes bissexuais nas histórias, e o Homem de Gelo que como diversas pessoas tinha dúvidas sobre sua sexualidade e acabou sendo descoberto por Jean Grey após esta entrar em sua mente, no segundo filme da saga apesar de não ser homossexual este mutante tem a frente de uma cena (Vista no vídeo acima, infelizmente sem legenda) onde revela seus poderes aos pais e ouve de sua mãe “você já tentou não ser um mutante?”, mostrando assim o paralelo criado para mostrar a importância da defesa da orientação sexual perante a sociedade.

Ainda na saga X-Men temos a representação de diversos outros personagens como vítimas de preconceito e pessoas que carregam as diversidades sociais como a origem indígena presente nos papéis de Apache, Forge, Pássaro Trovejante e Miragem, contudo ainda há um longo caminho para maiores destaques em histórias representativas além desta, mas é necessária a comemoração da vitória de ter na mídia o espaço para aqueles que são a minoria social.

A poderosa minoria A poderosa minoria Reviewed by Its Lins on maio 10, 2018 Rating: 5

8 comentários:

  1. É incrível ver todo essa representatividade em um veículo de entretenimento que alcança a tantos milhões e até bilhões de pessoas. Amei o texto,observações maravilhosas!

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    1. Obrigada! Que cada vez mais consigamos representatividade em veículos assim.

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  2. Adorei, e eu nem sabia que existia um personagem gay em X-MEN, mas acho isso muito bom e importante . Representatividade é sempre muito bom, e vindo de uma saga de filmes que fazem bastante sucesso é melhor ainda !!

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    1. Além destes ainda existem outros em toda Marvel e DC! Sempre é bom atingir essa representatividade!

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  3. Nunca tinha reparado em todas essas observações que foram feitas. É muito bom saber, que eles estão buscando formas de representar todos nessa grande saga!!!

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    1. Quanto mais representação, melhor! Todos merecem destaque!

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  4. Eu estou impressionada! Nunca tive essa visão do filme, mesmo assistindo várias vezes. Com certeza o meu olhar agora será outro! Ótimo texto! Ótima reflexão!!!

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