Por Valéria Cardoso
Em 1949
nascia um ícone do gênero fantasia e da literatura clássica, As Crônicas de
Nárnia, criado pelo autor Clive Staples Lewis, ou só C. S. Lewis, sendo O leão, a feiticeira e o guarda-roupa o
primeiro da série de sete livros. Em um mundo completamente único e atemporal, Lewis
se vale de personagens e linguagem simples, porém marcantes, para abordar temas
que continuam sendo atuais.
Pois bem, falemos
primeiro do contexto em que estavam inseridos os pequenos heróis desta
narrativa, Lúcia, a Destemida, Edmundo, o Justo, Susana, a Gentil, e Pedro, o Magnífico.
Antes de receberem esses títulos, eles eram apenas crianças normais vivendo um
período difícil na sangrenta Segunda Guerra Mundial. Foi para escapar de
ataques aéreos que eles saíram de Londres rumo a um abrigo seguro na casa de um
velho professor. E entre tardes de muito tédio e brincadeiras improvisadas,
Lúcia acaba entrando no guarda-roupa, móvel que dá acesso ao mundo de Nárnia. Inicialmente
ela é a primeira, mas logo todos acabam indo parar lá e se envolvem na maior
aventura de suas vidas.
Lúcia é
doce, gentil, inocente e tem um olhar mais apurado para a magia do mundo e das
criaturas ao seu redor. Ela se devota totalmente ao seu amigo, Sr. Tumnus, bem
como a todos que lhe são queridos. Ela é a fonte de esperança e alegria dos
irmãos, mantendo sempre um sorriso otimista, chamando a atenção deles com
palavras extremamente sábias para alguém de sua idade e unindo-os, quando tudo
está dando errado. Tenho certeza que você conhece alguma Lúcia, e que ela (e)
traz muita luz em sua vida, estou certa?
Edmundo é o
segundo mais novo do grupo, e como muitos irmãos mais novos, quer passar a
impressão de ser mais maduro e independente do que realmente é. Ele comete o
terrível erro de confiar na feiticeira e trai seus irmãos, e essa infidelidade
causa grandes problemas. Mas o fato interessante sobre Ed é que sua teimosia serve
somente para chamar a atenção. Seu coração é quase tão puro quanto o de Lúcia e
seu caráter ainda está sendo moldado, como o aço de uma espada, ele só
precisava de algumas pancadas. Você consegue identificar um ou dois Ed’s que pisaram
na bola, mas merecem uma segunda chance?
Susana é a
cética do grupo e tem sempre algo sensato para dizer. Pondera todas as opções e
nunca age por impulso. Ela faz o papel de mãe do grupo e cuida de todos, defende,
repreende e obriga a fazerem as pazes. Suas flechas são quase tão rápidas
quanto seus pensamentos e, na verdade, se não fosse pelo seu pé atrás com tudo,
o grupo não teria equilíbrio. Pedro é o extremo oposto da irmã mais velha. Está
sempre ávido por tomar partido e obter alguma ação, e por ser o líder, é ainda
mais cobrado a manter o domínio e sabedoria. Com o tempo ele aprende a perceber
os momentos para fazer guerra e os de fazer a paz... Visualizou a sensata e o
impulsivo também? Eles estão por toda parte.
Aslam é o criador
e maior de todos os Reis de Nárnia, todos os seres e elementos estão sob o alcance
de seu poder, mas ele opta apenas por observar as decisões tomadas e as
consequências delas de longe, só interferindo ao final de cada batalha. Ele
reina com justiça, honra e misericórdia, abrindo caminhos em meio ao caos.
O mal será bem quando Aslam chegar, Ao seu rugido, a dor fugirá, Nos seus dentes, o inverno morrerá, Na sua juba, a flor há de voltar.
Se você acredita em algo maior, seja lá qual for essa força
divina, extraordinária, você pode compará-la ao Aslam!
Em suma, a
obra busca a todo o momento passar certos valores éticos e morais, assim como deixar
ensinamentos com base nas atitudes tomadas pelos personagens. Noções do valor
da amizade e do amor com Lúcia, das consequências dos erros cometidos com
Edmundo, da importância de manter o equilíbrio com Susana, e da necessidade de
se fazer boas escolhas com Pedro, são temáticas que permitem uma interação com
públicos de todas as idades e, sem dúvida, esse é só mais um dos motivos pelos
quais As Crônicas de Nárnia nunca deixará de ser apreciada.
O portal continua aberto...
Reviewed by Its Lins
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maio 20, 2018
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É importante lembrar das simbologias inseridas nessa belissima estória:
ResponderExcluirAslan faz uma analogia a Jesus, sendo que ele se sacrifica pelos seus amigos, assim comprindo a professia.
Há questão da traição de Edmundo (Melhor personagem), assemelhando-se a Judas em parte, pois para Edmundo há uma visivel redenção. Quando Jesus foi preso no Getsêmani e torturado seus discipulos tentaram protegê-lo, Pedro cortou a orelha do soldado romano e Jesus o curou. Seguindo a profecia Jesus é morto e ressuscita ao terceiro dia, acontece o mesmo a Aslam, após sua "morte" a pedra se quebra, trazendo-lhe a vida.
Bem observado, Cristiano! Aslam, assim como Jesus, representa o papel de grande redentor, que cuida dos seus, perdoa e ama. Quando o Leão morre se sacrificando por Edmundo, mesmo sendo inocente, ele vence a própria morte... Revelando uma magia ainda mais profunda que nem mesmo a feiticeira(executora dos traidores por direito) conhecia. Essa obra é muito bem elaborada e intrigante.
ExcluirEiita, eu aamo esse livro!!! Lembro que quando cheguei ao final do livro meus olhos se encheram de lágrimas de forma desesperadora porque Aslam apenas citou uma frase ao Edmundo em que eu senti o meu Cristo falando comigo. Lewis, na verdade, contava estórias sempre nesse estilo naquela época por ser proibida a produção de livros que falassem sobre Jesus. Então, ele encontrou nessas estórias uma forma de falar dele camufladamente, podendo ser percebido por queles que criam nEle, porém não podiam ler sobre. Com certeza foi um refúgio e consolo enorme para muitos essa obra literária. É simplesmente linda e emocionante!!
ResponderExcluirSim, Valquíria! Também acredito que Lewis tenha ajudado de muitas formas as pessoas que leram seus livros, principalmente nessa época de grande sofrimento que foi a segunda guerra mundial. Seus escritos tocam vidas até hoje, por isso é um clássico de grande importância pra história literária.
ExcluirConhecia só de comentários as Crônicas de Nárnia, sempre pois como era fã de filmes de ação, policiais entre outros não me dava conta o quanto seria legal esta trilogia , que ao começar faz você querer mais e mais, creio porque realmente sentimos falta de ser rodeados por esses valores éticos que tanto mostra nas crônicas, bem que em dado momento nosso subconsciente nos faz viajar e até quem sabe nos iludir achando que um dia teremos uma cidade com tudo isso de bom, mas como nos livros e no filme a esperança é algo que não pode jamais morrer, sempre perseverará.
ExcluirAdorei o tema escolhido e a forma que nos foi passado, muito bom mesmo.
Obrigada, Emerson! É sempre bom ver novas obras, pegar outras referências, até pra ganharmos uma nova perspectiva sobre o mundo. Bom seria se o nosso mundo fosse mais parecido com o país de Aslam. 😊
ExcluirUma história para todas as idades e que cativa de uma forma inexplicável. Parabéns pelo texto!
ResponderExcluirSim! Obrigada.
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